terça-feira, 3 de julho de 2012

Meu sertão de ribeirinho chão: para a retomada matulandante!



Passados dezesseis anos sem pisar no chão, Daniel Sapiência retorna para esse sertão, numa tentativa de fortalecimento criativo através da gente, rio, feiras, ilhas e matulas dos catingueiros, que tanto alimentaram a memória e o corpo de um povo também seu. Retorna ao passado e observa o Vale do São Francisco para compreender melhor sua antropologia pessoal, com a força necessária para a investigação de um novo trabalho. Pois nessa tentativa de retorno à meninice, investe em poesias e gestos na terra da carranca e se reencontra criança numa Juazeiro e Petrolina, tão menores aos olhos de guri e bem maiores aos olhos de um ator que andou, não caducou e voltou, pela própria necessidade do tempo. Retorna agora para um mergulho em processo criativo que se pretenda novo e também impregnado pelos anos de 89, 92, 93, 96, de quando o menino que chamaram "ratinho" jogou capoeira, bola de gude, peão, banhou no rio, desceu de boia, pulou da ponte, conheceu teatro, massangano, ilha do fogo, cupiovento, rodeadouro, andou de skate, soltou morceguinho e depois voou. É desse e por esse mergulho, numa memória pessoal, que essa prosa vem tratar. Para fundir passado com presente, atento ao hoje que aqui está, por meio de postagens com imagens, letras e versos, para a continuidade de um novo trabalho, previamente iniciado no mês de maio de 2012, em Minas Gerais, através de seu reencontro com o Diretor Julliano Mendes, que o direcionou para um tímido surgimento do personagem Bili Gates, arriscado em corpo de Brincante, como apostador em jogo de perguntas e respostas, num específico trabalho desenvolvido na cidade de Ouro Preto, há dois meses:


E aqui, em Juazeiro e Petrolina, esse ator reassume corpo pernambaiano e experimenta o mesmo brincante, meio Bili meio Matulandante, agora sob Pernas de Pau, nas feiras livres e na Ilha do Fogo, nos dias 24 e 27 de junho de 2012. Interviu na Feira Livre da Areia Branca, de Petrolina, em dia de São João, brincou na Ilha do Fogo, entre as cidades, antes da Audiência Pública que debateu o destino de uma ilha que tanto inspirou artistas, guardou lendas, capacitou atletas e refrescou toda a gente, hoje ameaçada pela decisão arbitrária de quem possivelmente não saiba o que de fato é esse lugar! Por favor, salvem a Ilha do Fogo! Salvem a gente e o brincar!
















 
                                                                                                                               Foto: keith Emanuelle

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