Teixeira de Freitas - Bahia.
Nada como acompanhar a formação cultural de um povo,
passando alguns anos junto dele, e em seguida, escolhendo outros anos longe.
Noite de 16 de agosto, Teixeira de Freitas, olhares assustados.
Um brincante, uma história, um pandeiro, um boneco, energia pra cima na cidade onde a família reside. E muitos, muitos olhares desconfiados, assustados e firmados no conservadorismo plantado no passado. Outros olhares curiosos, receptivos e generosos. Um público em formação. Um possível futuro com outras artes para a cidade.
Três apresentações na praça da Bíblia:
(nessa mesma praça, anos antes, um irmão e alguns amigos foram proibídos e presos por optarem pela prática de um esporte, o skate).
*A primeira apresentação teve ótima receptividade.
*A segunda muitos olhares de repreensão, inclusive os da dona do espaço. Ops, da dona da barraca montada na praça pública. Espaço dela. Meu. Nosso espaço!
*A terceira apresentação aconteceu nas mesas montadas ao lado do antigo fliperama da rodoviária velha. Boa apresentação, boa troca com o público.
A quarta apresentação da noite aconteceu numa lanchonete ao lado
do shopping. Uma quebra de conceitos, se o palpite não falha.
A quinta e última apresentação. Creperia, casa cheia, público atento, chapéu cheio. Outra quebra de conceitos. Nesse lugar e a essa altura, minha e do público alí presente.
Alcobaça - Bahia.
Nove apresentações em Cabanas a beira mar e restaurantes do centro da cidade.
Satisfação grande durante cada apresentação. Descoberta de jogo e troca de brincadeiras com crianças na pracinha da caixa d'água. Experiência a ser repetida com alegria.
Obrigado Emily pelo encontro inusitado e pelo convite.
Obrigado Restaurante Mar e Sol pelo almoço.
E viva o que ainda existe da marujada, puxada de rede, festejos de bois...! Viva a capoeira com os Capitães da Areia, viva o povo de Juerana e a resistência do povo de Valença! Viva a resistência dos ensinamentos e costumes dos povos antigos de Alcobaça, Caravelas, Mucuri, Nova Viçosa, Prado e cidades circunvizinhas! E que a riqueza das tradições orais façam vibrar e enriquecer cada vez mais a cultura teixeirense! E que outros artistas se esforcem e façam diminuir o abismo que ainda existe entre quem promove arte e quem consome (no nosso caso, o teatro), contribuindo para a formação de público tanto nas ruas quanto nos teatros.