O Governo do Estado da Bahia realizou nesta segunda-feira, dia nove de agosto, a videoconferência Cultura e Desenvolvimento Sustentável entre 09h00min e 12h00min da manhã e promoveu bate papo entre pessoas de diversas regiões do Estado. O evento teve abertura com o Secretário de Cultura do Estado, Márcio Meirelles e participação dos professores e pesquisadores José Márcio Barros e Paulo Miguez.
Em diálogo direto com a Secretaria de Cultura do Estado e participantes convidados, os membros de associações, professores e gestores culturais expuseram questões de âmbito local e estadual.
Entre questões que me chamaram a atenção, recordo:
- O empenho mercadológico (o setor para grandes investidores).
Estamos caminhando para o mesmo buraco em que outrora fugimos? (Paulo Miguez)
Grandes eventos, pautados e resguardados como difusores artísticos e culturais, obtém prioridades nas listas dos interessados em financiar ou patrocinar a arte. É que do ponto de vista dos empreendedores financeiros, a divulgação de logo-marcas das empresas que representam encontra em eventos de grande porte a projeção almejada.
O principal interesse do patrocinador não é promover a arte, proteger ou propagar a cultura de uma região. Seu empenho é evidentemente, em primeira instância, promocional.
Mas e o interesse do patrocinado? Mesmo com a finalidade de promover grandes festivais a empresa patrocinada seria capaz de mapear as reais carências e necessidades dos cidadãos? Conseguiria focar o evento de modo mais eficaz, a ponto de contribuir para uma formação cultural mais abrangente na região em que atua?
A tentativa de obter respostas nubla meu entendimento.
A sensação (trata-se aqui do campo da abstração) é de que a profissionalização, mesmo em arte, ambiciona. E que os agentes culturais, atados, preguiçosos ou sem outras perspectivas, adequam-se aos mecanismos de trabalho disponíveis, providos ou geridos apenas por grandes corporações, o que consequentemente viabiliza a sustentação de uma ferramenta massificada. Isso põe em precipitação os agentes e faz com que, mesmo através da espetacularização das culturas populares e comercialização de uma arte meramente reproduzida, suas ações não atinjam determinados bairros, escolas ou centros de convivência das cidades, agastando-os numa tentativa ainda conceitual ou timidamente experienciada de inclusão social.